sexta-feira, 22 de abril de 2011

Nova Surpresa!!!

As aulas iniciaram no dia 28/07. Eu estava toda empolgada, apesar do cansaço todo pois minha rotina tinha se tornado de Casa para o Trabalho, do Trabalho para a Faculdade, da Faculdade para Casa. Acordava todos os dias às 07:00hrs e ia dormir por volta das 01:00hrs... nem mesmo tempo para conversar/namorar o meu marido, eu tinha mais... de toda forma sabíamos que aquele "sacrifício" era pelo nosso futuro.
No início das aulas, passei por duas situações físicas complicadas... primeiro descobri que estava com uma infecção gigante nos rins, depois peguei uma gripe muito forte e no auge da H1N1. Tive que tomar vários medicamentos e acabei faltando alguns dias na faculdade.
De qualquer forma, estava muito satisfeita com a Faculdade... descobri o que eu queria realmente fazer da minha vida profissional.
No mês de agosto, minha menstruação atrasou novamente. Como eu já tinha tido a "decepção" em Janeiro, nem esquentei a cabeça, pois meu ritmo(stress) e tudo mais, tida mudado muito nos últimos dias... imaginei que fosse por isso. Não ia nem mesmo comentar com meu marido, pois eu realmente achava que logo logo a mosntra daria às caras e isso só ia deixá-lo com falsas esperanças... mas, mal sabia eu que ele "me acompanhava" mais do que eu imaginava.
No dia 30/08, cheguei em casa às 23:30hrs e meu marido veio me receber com um teste de farmácia em mãos. Eu perguntei à ele o pq do teste e ele me respondeu que sabia que eu estava atrasada à exatos 6 dias. Na hora, me recusei a fazer o teste, dizendo à ele que eram poucos dias de atraso e que com certeza se devia à minha nova rotina, que estava puxada. Ele bateu o pé e fez eu fazer teste na hora.
Enquanto ele tomava banho, fui fazer... ele terminou o banho e perguntou o que tinha dado. Eu não conseguia falar, apenas levantei o teste e mostrei à ele:
Ele começou a rir e chorar no mesmo tempo. Eu ainda estava sem acreditar... será?? será que não era um falso positivo?? mas como poderia se ao invés de fazer com a primeira, fiz com a última urina do dia e mesmo assim estava as duas listras bem visíveis. De qualquer forma, prefiri aguardar pelo beta hcg. Meu marido não... saiu já contando para todo mundo que seria papai!!
No outro dia, ele foi até o meu médico e pediu uma requisição para fazer o beta.
No dia 01/09, fiz a coleta do sangue na hora do almoço e me disseram que o resultado só saíria no dia seguinte. Mesmo assim, fiquei a tarde toda olhando no site do laboratório para confirmar... quando foi umas 17:00hrs mais ou menos, o resultado estava lá:
Liguei na hora para ele e disse: PARABÉNS PAPAI!
Ele só sabia dizer... "viu só? eu sabia!!! eu disse para você!!! rsrs"
Como minha língua é grande demais (rsrsrs), na empresa já estavam todos sabendo. Tomei coragem e liguei para minha mãe... ela ficou radiante (como da primeira vez que contei à ela que estava grávida). Mesmo em meio à toda alegria, eu não conseguia ficar totalmente tranquila! Enquanto eu não soubesse que estava vedadeiramente tudo bem, meu coração ainda estava apreensivo...

  

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Uma Nova Fase!

Em Janeiro de 2009, comecei a trabalhar em uma fábrica de refrigerantes e fui seguindo a vida normalmente... dando tempo ao tempo. Deixei de buscar a maternidade... esqueci realmente! Em dezembro de 2009, fui promovida na empresa, estava radiante, vivendo um momento profissional excelente.
Quando foi em Janeiro de 2010, já na nova função e totalmente "atolada" de serviço e também de responsabilidade, minha menstruação atrasou. Como estava bem reguladinha desde a perda do meu terceiro anjinho, achei estranho. Aproveitei que tinha uma guia de Beta HCG guardada, esperei atrasar uns 7 dias para fazer o exame.
No dia que tomei coragem de fazer, começou a descer uma borrinha marrom... fiquei preocupada pois se eu estivesse realmente grávida, aquela borrinha era preocupante. Eu havia feito o exame em um laboratório diferente do que eu estava acostumada e o resultado demorou à sair( 2 dias aproximadamente). Eu já estava quase paranóica né... quando no dia que peguei o resultado, a monstra desceu de vez... Negativo! Confesso que fiquei um pouco frustrada, mas lembrei do pedido que eu havia feito para Deus há 1 ano e 2 meses atrás... me conformei.
Em Fevereiro, descobrimos que meu Pai estava com câncer no fígado. Ele havia feito há pouco tempo uma cirurgia para retirada de um tumor no estômago e este acabou afetando o fígado. O mês de março inteiro passamos fazendo exames nele e o quadro não melhorava. O resultado dos exames mostraram que seria necessário uma nova cirurgia, mais simples do que a anterior... apenas para colocar um dreno no fígado afim de retirar toda a secreção e o órgão voltar a funcionar normalmente. Parecia uma pesadelo se repetindo!!!
No dia 10/04/2010, estava em casa e na hora do banho me deu uma crise de choro, após namorar meu amor. Chorei horrores sem saber ao certo o motivo! Meu marido ficou todo preocupado perguntando o que havia acontecido... a única coisa que consegui falar foi que eu achava que não estava preparada para perder ninguém mais! Que não estava preparada para perder meu pai... ele me abraçou e pediu para eu ficar calma, pois nada aconteceria.
No dia seguinte, fui almoçar na casa da minha mãe e fiquei sabendo que a cirurgia do meu pai havia sido marcada para dia 16/04 e que seria necessário conseguir alguns doadores de sangue. No dia 15/04, dia do internamento, fomos ao hospital para acompanhá-lo e doar sangue. Nesse dia, após almoçar, passei muito mal e fiquei com medo de não poder doar, pois de 10 pessoas, entre tios, primos, etc, nenhum havia conseguido fazer a doação. 
Então, enquanto esperava a internação do meu pai, fui melhorando. Meu pai pediu para ir apanhar sol e então fomos sentar na frente do hospital. Naquele momento, enquanto estávamos ali sentados, "uma voz" me disse que era para eu marcar bem aquele momento, pois eu jamais o esqueceria.
Nesse momento, a enfermeira chamou pelo meu pai e nos avisou que não havia leito disponível e que meu pai precisaria voltar no dia seguinte pouco antes da cirurgia e em jejum, pois seria encaminhado direto para o centro cirúrgico. Nesse meio tempo, eu e eu marido fomos doar sangue, enquanto levavam o meu pai para casa... tadinho, ele estava no hospital desde as 13:00hrs e só foram nos avisar da indisponibilidade de interná-lo às 17:00hrs.
Fui até a casa do meu pai e dei um beijinho nele desejando-o boa sorte e pedindo à Deus que estivesse ao seu lado a todo momento! Ao chegar em casa, falei para o meu marido que Deus iria livrá-lo de todo o sofrimento, ou e um jeito, ou de outro...
Aquela sexta-feira foi terrível... a angústia por notícias era desesperadora... mal consegui trabalhar. A noite minha mãe me ligou, dizendo que a cirurgia tinha ocorrido bem, graças a Deus e que tudo indicava que até segunda-feira, 19/04, ele receberia alta. No domingo, 18/04, fui visitá-lo no hospital e ele parecia muito bem. Disse que provavelmente o médico daria alta na segunda-feira, pois dreno já não estava mais drenando nada (palavras da enfermeira tbm), que não estava mais sentindo tanta coceira pelo corpo (desde que o fígado parou de funcionar, ele começou a sentir coceiras pelo corpo e até estava todo ferido, pois só conseguia dormir com uma escova de cabelo a lado da cama para se coçar), eu também notei que ele não estava mais tão amarelo (outro "sintoma" da doença)... o quadro realmente aparentava muito bom.
No dia seguinte, dia da provável alta, minha mãe foi vê-lo no hospital e disse que ele estava bem, mas que o médico não havia falado nada de dar alta. Na terça-feira, dia 20/04, minha mãe foi novamente visitá-lo e levou um susto... quando ela estava à caminho do quarto, as enfermeiras estavam trazendo o meu pai na maca (ela na hora pensou que ele estava morto)... estavam encaminhado ele para fazer uma tomografia e ele estava aos prantos, pois estava sentindo muita dor. Na tomografia, os médicos identificaram que o dreno não estava drenando na verdade, porque não estava funcionando e não por não haver mais secreção. Precisaram mexer no dreno e colocar um catéter para ajudar... me pai só sabia reclamar de dor!
No dia 21/04, feriado de tiradentes, fomos todos ao hospital. A primeira pessoa que entrou para vê-lo foi minha tia, que ao sair do quarto, pediu que nos preparássemos psicológicamente para vê-lo, pois ele estava sentindo bastante dor, gemendo bastante e estava totalmente diferente do que tínhamos visto no domingo. Eu fui a penúltima pessoa a subir... o horário de visita estava quase acabando. Ao chegar lá no quarto, meu pai mal conversava... só sabia gemer de dor e passar a mão na barriga. Ele não tinha comido nada o dia todo... não conseguia, por causa da dor. Tentei dar à ele um cafézinho que tinham deixado ali e ele recusou. Perguntei para a enfermeira se não estavam dando nada à ele para aliviar a dor e ela disse que já haviam aplicado remédio no soro duas vezes, mas não estava adiantando... então estavam esperando o médico para ver. O horário foi apertando e ainda faltava meu tio para vê-lo... eu não queria de jeito algum deixá-lo... meu coração estava aos prantos, embora eu tivesse conseguido me manter firme e nao chorar na frente dele. No fundo eu sabia que ali era nossa despedida. Dei um beijo em seu rosto, pedi a benção e cheguei pertinho do ouvido dele e disse: "Pai, eu Amo o senhor!" e ele mes respondeu, "Eu também te amo"... saí do quarto e não consegui conter as lágrimas... fui para a casa da minha mãe. Ela, devido ao susto do dia anterior, resolveu não ir até o hospital neste dia e ao chegar, ela já me perguntou como ele estava. Não sabia o que dizer... inventava que ele estava bem? ou contava para a ela a verdade?? bom, resolvi que ia fazer as duas coisas... disse a ela que ele estava reclamando um pouco de dor, mas que estava bem. Fui para casa desolada... coração apertado por ter visto ele daquele jeito e também por ter que omitir o real estado dele para a minha mãe.
Naquela noite, fui dormir chorando muito! Rezei bastante e pedi à Deus que o livrasse daquele sofrimento. Não queria ser egoísta pedindo para Deus mantê-lo do nosso lado, sabendo que ele não estava bem. "Entreguei" a vida do meu pai nos braços do Pai maior! Fui trabalhar no dia 22/04 totalmente sem condições psicológicas! Meu tio e minha tia tinham ido no hospital cedo para conversar com o médico. Liguei no celular do meu tio eram mais ou menos umas 09:30hrs e ele me disse que meu pai não estava nada bem. Que ele havia gritado a noite inteira de dor... estava com uma sonda pois havia vomitado Sangue durante a madrugada... ao longe, pude ouvir os gritos do meu pai. Fiquei ainda mais angustiada... não tinha cabeça nenhuma para trabalhar! Só conseguia pensar em uma coisa... meu marido me ligando a qualquer momento, me dando a notícia de que meu pai havia descansado. Às 11:30hrs, estava conversando com o meu marido pelo msn, dizendo à ele que iria almoçar com o meu chefe pois queria pedir à ele para me mandar embora, pois não estava nada satisfeita com o meu trabalho. Depois de alguns minutos sem ele me responder, o telefone toca... quando atendi, meu marido falou com uma voz bem entristecida: "Amor, estou indo te buscar, o pai descansou."
Na hora comecei a tremer... não conseguia chorar, não conseguia falar... só tive forças para ligar no ramal do meu chefe, dizendo que eu estava indo embora pois meu pai tinha falecido. Subi até a minha sala (recebi a notícia na recepção) para pegar minhas coisas e desci já aos prantos... fui esperar meu marido na portaria. Não conseguia parar de tremer... chorava desesperadamente. Meu marido chegou e fomos direto para a casa da minha mãe. Embora estivéssemos de certa forma esperando, não conseguíamos acreditar que aquilo estava acontecendo! Uma cirurgia, como disse o médico, simples... acabava de tirar da gente o nosso pai. Passamos a tarde toda correndo atrás dos papéis pra a funerária, acertando o velório, etc... à noite, enquanto estávamos esperando a funerária a visar que estava levando o corpo para a capela, desandou a chover. Gente, não parava mais... era muita água!!! Por volta das 20:00hrs, ligarm informando que estavam indo para a capela e nós nos encaminhamos até lá. No caminho, ruas alagadas, árvores caídas e o bairro tod sem luz. Chegamos no cemitério e lá também estava sem luz... precisamos colocar velas por toda a capela. A luz só voltou às 23:40hrs mais ou menos...
O enterro foi no dia seguinte às 11:30hrs... fomos para casa e eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser como e com quem minha mãe iria ficar. Ela tem problema de audição... não fazia nada sozinha. Meu pai estava sempre a acompanhando em consultas e etc e agora ela estava de certa forma sozinha, pois todos nós trabalhávamos. Passei o final de semana todo angustiada pela perda do homem que eu tanto amava e pela situação que teríamos que resolver com urgência.
Cheguei na segunda-feira no trabalho e fui direto conversar com meu chefe. Disse à ele que eu não podia trabalhar mais, que precisava ficar com minha mãe e não conseguia pensar em outra coisa que não fosse isso. Ele conversou bastante comigo, pediu que eu fosse para casa e ficasse quantos dias precisasse e depois, com a cabeça fria, conversaríamos novamente sobre isso. Foi o que eu fiz... minha mãe pediu para que eu não saísse do emprego e como argumento, o fatal na verdade, disse que meu pai se orgulhava muito de mim e da minha dedicação profissional... Voltei a trabalhar e assim permaneci. A dor ainda era insuportável... eu passava o dia bem, mas à noite... não conseguia dormir direito... chorava todas as noites. Foi assim durante pelo menos 1 mês... até que sonhei com o meu pai. Ele me pedia para não chorar mais e dizia que estaria sempre ao meu lado! Depois disso, parei de chorar... a saudade ainda era enorme, mas o sofrimento em si, havia sido "superado" pelo pedido que ele me fez.
Comecei a ter conciência de que, havia perdido meu pai, mas acabava de ganhar mais uma intercessor no céu!
As coisas na minha vida, depois de mais este sofrimento, passaram a se encaminhar de uma forma um tanto surpreendente. Aproximadamente 2 meses depois de perdê-lo, recebi uma "promoção" financeira. Passei à responder pelo meu e por mais um setor na empresa. Com as coisas se encaminhando desta forma, decidi que ia começar a fazer aquilo que tanto queria, mas ate então não tinha tido oportunidade... começar a minha Faculdade! Fiz o vestibular e passei... fiquei tão emocionada, chorei tanto.. à todo tempo lembrava o meu pai e imaginava o quanto ele ficaria orgulhoso ao me ver na faculdade.
No fundo eu sabia que ele estava me olhando... de onde ele estivesse, com certeza estaria muito orgulhoso...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A surpresa!

Depois de 5 dias após a perda do meu segundo anjinho, voltei a trabalhar normalmente.
Voltar depois de uma situação dessa não é nada fácil. As pessoas só conseguem te olhar com pena, não param de perguntar como você está, o que houve, como foi acontecer isso.. etc, etc e etc. Quando você passa por momentos assim, tudo o que você mais quer é esquecer... ainda mais no meu caso, em que sofri bastante no Hospital e as lembranças dessa perda doíam ainda mais fisicamente do que psicológicamente, já que tinha me preparado desde o príncipio para isso, diferente da 1ª gestação onde eu nunca imaginava passar pela perda. Infelizmente, na ânsia de te dar apoio, as pessoas ao seu redor acabam fazendo você se machucar ainda mais, por estar sempre relembrando aquele momento triste.
É claro que a única coisa boa disso tudo você não quer e não vai esquecer pelo resto da vida... que é a alegria de ter gerado um grande amor, embora ele tenha ficado tão pouco tempo ao seu lado.
Bom, peguei o resultado dos exames realizados no embrião e levei ao meu GO. Tudo dentro da normalidade... não foi encontrado nada que pudesse justificar a má formação.
Voltei a tomar o AC e continuei minha vidinha... quando foi em Outubro, minha menstruação atrasou. Ela nunca foi muito regulada, mas já estava há 9 dias atrasada. Decidi fazer um beta só por desencargo de conciência.
Não tive coragem de ligar ou buscar o resultado... pedi para meu marido fazer isso. Estava na minha sala, trabalhando junto com uma colega quando ele me ligou... disse "Amor, deu Positivo!". Gente, eu só sabia chorar... não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo. Fiquei desesperada, sem chão... sem saber o que fazer. Imaginei minha mãe e meus avós me "chingando", me chamando de irresponsável, etc... fiquei relembrando do que passei no hospital... só conseguia pensar no fato de estar grávida, apenas 2 meses depois da 2ª curetagem. Era exatamente a minha 3ª gestação em 1 ano.
Eu e meu marido, decidimos que não iríamos contar para ninguém. Somente no meu trabalho tive que falar devido as consultas e etc, mas para as nossas famílias, não contamos à ninguém. Comecei o novo pré
natal e na minha primeira consulta meu GO tentou me tranquilizar dizendo o seguinte: "Bom Michelly, você tem um histórico de 2 abortos retidos recente. Não foi identificado nenhuma anomalia que justificasse isso... porque agora, mesmo que nestas condições, não pode dar certo? Fique tranquila, o que for para ser, será."
Queria eu pensar desta forma, mas sinceramente não conseguia. Minha preocupação naquele momento, era muito maior que a minha alegria, mas sabia que precisava fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para não vivenciar aquele pesadelo de novo.
Nesta mesma época, comecei a frequentar o Grupo de Oração da Canção Nova aqui de Curitiba. Canção Nova para quem não conhece, é uma comunidade da Renovação Carismática Católica cujo a "sede" fica em Cachoeira Paulista/SP e o objetivo central é a Evangelização.
Como disse nos primeiros posts, sempre tive muita fé em Deus e sabia que se aquilo estava acontecendo é porque tinha um propósito. Em um dos encontros do Grupo de Oração, no momento de reflexão, fechei meus olhos e comecei a chorar... de repente, veio uma voz na minha cabeça, se assim posso descrever, e disse: "Calma filha... seu sonho se realizará! e o nome dele será MIGUEL!". Na mesma hora, abri meus olhos e "me vi" com um barrigão... gente, foi uma sensação indescritível... pensei "devo estar ficando louca né?", mas nesse mesmo instante, olhei no altar e o que vejo? Uma imagem de SÃO MIGUEL ARCANJO! Nesse instante percebi que realmente o Senhor havia falado comigo. Meu coração na mema hora se tranquilizou. Conversei com o meu marido e contei à ele o que tinha acontecido... para a minha surpresa, ele disse que aquela imagem de São Miguel estava sempre ali e eu nunca tinha visto. Fiquei mais tranquila para continuar na luta pelo meu milagrinho...
Nesta mesma semana, comecei a sentir muitas dores e cólicas. Fui ao PS do Hospital em que havia feito a 2ª curetagem e lá fiquei no soro aguardando para fazer uma US. Ao fazer a ultra, a primeira desta gestação, estava lá o saquinho gestacional, a visícula vitelínia e o embriãozinho. Ainda não havia batimentos cardíacos, mas o médico de plantão, um anjo que me atendeu, o Dr. André, disse que era para eu ficar tranquila, pois a gestação ainda estava muito no início. Me entregou a us, disse que qualquer coisa era para eu ir até o consultório dele ou procurá-lo ali no hospital mesmo... me desejou boa sorte e fui para casa.
Nesta mesma época, a dona da casa onde eu morava pediu o imóvel... eu e meu marido conversamos com um amigo nosso que tinha uma casa vazia, e alugamos por 2 meses, pois meus sogros estavam programando se mudar da cidade e íamos ficar na casa deles.
A casa em que ficamos deste nosso amigo, era um sobrado, então eu tomava todos os cuidados para não fazer esforço ou ficar subindo e descendo muitas vezes.
No dia do meu aniversário, 09/11, quando estava completando exatamente 1 ano que tinha perdido o meu primeiro anjinho, fizemos um almoço na casa da minha mãe e chamamos toda a família. Á tarde, estávamos sentadas na cozinha, eu, minha mãe e minha sogra e entramos, não lembro por qual motivo, no assunto gravidez x perda. Quando minha sogra fala: "É preciso cuidar... esperar um pouco entre uma getação mal sucedida e outra para não correr riscos. Perde-se muito sangue em situações assim... e isso é muito perigoso." Gente, na hora estremeci... fiquei pálida e não consegui conversar mais. Não podia falar nada, pois ninguém sabia que eu estava grávida né? Comecei a ficar com aquilo na cabeça, e quem disse que conseguia tirar?
Eu, meu marido e meus avós, estávamos programando uma viajem para Navegantes/SC, no feriado. Iríamos visitar um tio que mora lá. Sairíamos daqui de Curitiba no dia 14/11 e voltaríamos no dia 17/11, pois eu estava de folga nestes dias. No dia 14/11, meu sobrinho lindo nasceu... foi uma alegria sem fim! Antes de viajarmos, passei no Hospital para conhecer o mais novo membro da família e o grande amor da titia. Fiquei com o coração apertado em deixá-lo, mesmo sem poder ajudar em nada né, pois ela só sairia do hospital no domingo. Aproveitei bastante o feriadão, curtindo bastante o mar, minha família... descansando bastante.
Até então com agestação estava tudo ocorrendo bem. Nada de sustos, sangramentos e as dores haviam passado. Eu e meu marido estávamos com bastante esperanças, embora a sombra do aborto retido ainda não tinha sido afastada, já que não tínhamos conseguido ouvir o coraçãozinho do nosso amor ainda.
No dia 20/11, estava no trabalho tranquila... fui almoçar as 14:30hrs, tudo normal. Nesse dia, resolvi almoçar no refeitório da empresa (normalmente eu almoçava no Mercado Municipal que ficava na frente do meu trabalho). Estavam lá no refeitório também, as senhoras que trabalhavam no serviços gerais da empresa. Não me lembro qual foi o assunto que nós começamos a conversar, e nesse instante eu contei à elas (elas não sabiam ainda) que eu estava grávida de novo. Na mesma hora que contei, senti meu coração apertado... uma angustia muito grande e algo me dizendo que eu não deveria ter falado nada. Elas sairam do refeitório e eu terminei de almoçar. Nisso, uma colega que já sabia da minha gravidez, foi almoçar e eu contei à ela o que havia acontecido. Ela disse para eu ficar tranquila, que não haveria de ser nada... continuamos conversando sobre outros assuntos até que deu o horário de eu voltar a trabalhar. Levantei e quando estava saindo do refeitório, senti uma umidade estranha... fui ao banheiro "conferir" e não notei nada de diferente. Ao chegar na minha sala, senti novamente aquela sensação de umidade e retornei ao banheiro. Chegando lá, para o meu desespero, estava com um pequeno sangramento... voltei para a minha sala trêmula. Minha colega perguntou o que havia acontecido que eu estava branca... comecei a chorar e contei à ela o que tinha acontecido.
Na mesma hora, ela subiu as escadas correndo e foi chamar a minha supervisora... eu só sabia chorar. Quando minha supervisora chegou, me abraçou e disse que ia ligar para o meu marido. Na mesma hora ele saiu de casa e foi correndo me buscar... fez o trajeto, que durava em torno de 1 hora, em meia hora. Nisso, elas estavam tentando me acalmar.
Chegamos no hospítal às 16:30hrs e o médico já me encaminhou para a sala de observação. Colocaram o soro e fiquei aguardando para fazer uma US. Por volta de umas 18:30hrs, fui ao banheiro e o sangramento tinha aumentado um pouquinho... nesta hora fiquei ainda mais trêmula. A espera também estava acabando comigo... até que uma enfermeira veio e disse que o médico que faria a us só chegaria às 20:00hrs... fiquei mais agoniada ainda.
Quando foi 21:30hrs (isso que é pontualidade né?), vieram me buscar. Cheguei na sala de ultrasonografia e la o médico tranquilizou meu coração, em partes. Disse que meu amor estava ali, que tinha sido apenas um susto, mass... nada de batimentos cardíacos, por enquanto. Recebi alta e o médico mandou eu ficar de repouso absoluto...
No dia 21/11, acordamos com uma ligação da minha sogra. Ela perguntou ao meu marido se eu tinha ido trabalhar e ele disse que não, mas não contou o motivo. Ela entao pediu para falar comigo... quando peguei o telefone, ela começou a me contar: "Mi... tive um sonho com você essa noite. Sonhei que você estava no ventre de Nossa Senhora das Graças... (nesse momento eu já estava aos prantos). Nossa Senhora estava sentada em uma cadeira de balanço, toda sorridente, alisando a barriga e dentro dela estava você... e dentro de você, havia um bebê!... então, acordei com a sensação de que precisava muito te contar e tranquilizar seu coração... pede para o Moises colocar a mão na sua barriga e rezem juntos, pois eu acho que vocês está grávida!"... Na mesma hora, ainda aos prantos, falei pra ela que eu realmente estava grávida e que no dia anterior tinha tido um sangramento e estava em repouso. Ela então me disse que isso poderia ser um sinal de que tudo ficaria bem, ou que se não fosse aquele o momento, Nossa Senhora estaria ao meu lado.
Aquele dia o sangramento estava bem fraquinho... fui para a casa da minha mãe e fiquei por lá. Ela ainda não sabia de nada... tomei coragem e contei à ela. Disse tudo o que estava acontecendo... chorei bastante e pedi que ela não me desse nenhum tipo de "sermão"... não naquele momento. Ela chorou comigo e disse que era para eu ficar tranquila, pois Deus estava sempre ao meu lado.
No sábado, dia 22/11, acordei às 05:00hrs com cólicas. O sangramento havia aumentado, estava como quando vem a menstruação. Deitei novamente e não conseguia de jeito algum pegar no sono.
Levantei, tomei café e fiquei quietinha no sofá assistindo tv. Às 13:30hrs, resolvemos ir novamente ao hospital, pois o sangramento ainda continuava. Chegando lá a mesma coisa, me internaram, me colocaram no soro e fiquei esperando para fazer uma nova US.
Às 18:30hrs, vieram me buscar para fazer a ultra. O médico começou a fazer e mais uma vez me disse que estava tudo bem, que o embrião e o saco gestacional continuavam lá, mas novamente sem identificar os batimentos cardíacos. Saí da sala e fiquei esperando o enfermeiro me buscar para levar até o ps e o médico me dar alta. Foi quando, para minha surpresa, 5 minutos depois que sai da US, o mesmo médico que a fez, me chamou na sala e disse que tinha se equivocado e que eu estava novamente com um aborto retido e meu organismo já estava começando a "expelir" o embrião e por isso o sangramento. 
Na hora fiquei atônita! Como podia ele "mudar de idéia" em 5 minutos???
Fiquei totalmente sem chão... fui levada para o médico com o diagnóstico do aborto retido. O médico de plantão disse que iriam me internar para fazer a curetagem. Foi aí que eu disse que NÃO! Isso mesmo, me recusei à ser internada para a curetagem. O médico (e o meu marido também) sem entender a minha atitude, tentu me explicar novamente que o meu filho amado, o meu anjinho não estava mais vivo e era questão de pouco tempo para a gravidez ser interrompida de vez. Eu perguntei à ele como eu poderia confiar em um diagnóstico médico que mudou drasticamente em 5 minutos? (embora eu soubesse e estivesse totalmente ciente de que já estava com mais de 8 semanas e até então nenhuma ecografia havia detectado os batimentos). Assinei um termo de responsabilidade informando que eu quis sair do hospital, mesmo sem ter recebido alta. Mesmo assim, o médico pediu que se o sangramento aumentasse, que eu fosse direto para o hospital.
No domingo, 23/11, acordei novamente às 05:00hrs, mas desta vez toda ensanguentada. Era muito sangue!!! Meu pijama, o lençol... tudo estava manchado de sangue. Tentei manter a calma. Meu marido estava trabalhando... levantei fui ao banheiro e não parava de sangrar. Peguei o telefone na sala e fui ligar para o meu marido. Nesta hora minha mãe acordou e eu contei à ela que mais uma vez meu sonho havia acabado. No local onde meu marido trabalhava, não estavam conseguindo localizá-lo e então disseram que iriam atrás dele e iriam pedir para ele me retornar. Meu marido uns 10 minutos depois me ligou e eu contei à ele o que havia acontecido. Em 30 minutos ele estava no portão. Bebi um gole de água benta pois, não sei se por causa do meu nervosismo, estava com a garganta totalmente seca... seguimos para o hospital.
Chegando lá, já me colocaram em uma cadeira de rodas e me levaram até o consultório. Uma enfermeira foi me preparando, enquanto o médico não vinha, pois o mesmo estava no CC. Coloquei a camisola e deitei na cama... a enfermeira enrolou uma outra camisola e colocou no meio da minha perna, pois ainda estava sangrando muito. O médico chegou e fez o toque. Eu já estava com dilatação... como já tinha o diagnóstico (US) de aborto em mãos, ele disse que era só me internar, que não seria necessário fazer uma nova ultra.
Me levaram para a sala de pré-parto, enquanto isso, meu marido foi dar entrada na internação.
Como eu havia feito uma curetagem muito recente, o plano de saúde começou a enrolar para liberar a internação e nesse meio tempo, eu não podia ser medicada e muito menos passar pela curetagem. Umas 09:00hrs mais ou menos, a enfermeira veio trocar a camisola que haviam colocado para "estancar" o sangue... estava enxarcada. Logo após, vieram me dizer que o plano liberou a internação e colocaram o soro. O anestesista foi chamado e estavam aguardando somente ele chegar para me levar para o centro cirúrgico  fazer o procedimento. Eram mais ou menos 11:30hrs quando o anestesista chegou...
Ás 12:30hrs do dia 23/11/08, eu acordei novamente com um vazio dentro de mim. Meu 3º anjinho havia ido embora... por incrível que pareça, agradeci à Deus por ter ocorrido tudo bem.
Me levaram para o quarto e às 13:30 já estava de alta. Demoraram um pouco para localizar meu marido, pis o celular dele estava fora de área. Então, ligaram para a minha mãe e às 14:30hrs ela e meu marido chegaram para me buscar.
Saí do hospital e segui para a casa da minha sogra, onde fiquei aproximadamente uns 5 dias.
Não queria desistir, mas ao mesmo tempo, me sentia sem forças para passar por uma nova gestação. Pedi então à Deus que Ele não permitisse que eu engravidasse novamente, se fosse para acontecer aquilo de novo. Que se não fosse da vontade d'Ele que eu fosse Mãe, eu não iria me enstristecer, mas que passar novamente pela alegria e aflição de uma nova gravidez e no final me ver novamente internada, sabendo que não sairia do hospital com meu filho nos braços, definitivamente seria insuportável. A dor física é controlável, mas a psicológica...
Segui em frente...
Fui demitida do meu serviço(já imaginava) 15 dias após a perda. Naquele final de ano, resolvi ficar em casa... colocar a cabeça e o corpo em ordem...
No início do ano, 2009, meu médico resolveu fazer uma investigação mais profunda do meu caso, pois novamente os exames anatomopatológicos deram normais. Fui encaminhada para o maior especialista em Genética de Curitiba... realizei vários exames, meu marido também foi examinado e para a nossa surpresa... os resultados foram novamente normais. Nada justificava 3 abortos retidos... não havia nenhuma causa aparente para todo aquele sofrimento. Decidi então que não faria mais nada... me entreguei completamente nas mãos de Deus!