sexta-feira, 4 de março de 2011

Continuando...

Bom,


No mesmo dia em que minha Bisa faleceu, em 04/01/08, fui demitida do meu primeiro emprego.

Foi até bom, pois minha maior preocupação naquele momento era como a minha mãezinha(avó) ficaria, pois ela sempre cuidou da minha Bisa... sempre. Mais uma vez pude crer que tudo é Providência de Deus!!! Pois com a demissão, pude estar presente ao lado da minha mãezinha todos os dias, até que aquela dor insuportável virasse enfim saudade.

Fiquei 4 meses em casa cuidando do marido e indo diariamente na casa da minha mãezinha para não deixá-la cair em depressão. No dia 01/05/08 comecei a trabalhar novamente... trabalhava direto, sábados, domingos e feriados. Tinha apenas 1 folga na semana e meu horário era das 13:40 até às 22:30 . Saia todos os dias de casa por volta de 12:00hrs e chegava 00:00hrs.

Meu marido trabalhava durante o dia em uma loja, de segunda a sábado e às sextas e sábados, trabalhava em uma casa noturna como Técnico de Som. Para não ficarmos tanto tempo sem nos ver e eu também não ficar sozinha em casa, comecei a acompanhá-lo e logo estava trabalhando também na mesma casa noturna. Ambos só sabíamos trabalhar... rsrsrs

No meu período de experiência, exatamente no mês de Junho, eu passei mal no trabalho, foi apenas uma queda de pressão, mas suficiente para me preocupar. Fui ao médico e lá o diagnóstico foi stress. Uma semana depois, minhas colegas de trabalho começaram a me perguntar se não haveria possibilidade de eu estar grávida. Eu respondi que era praticamente impossível, pois não tinha sintoma nenhum e nem mesmo a minha Menstruação estava atrasada. De tanto me encherem a cabeça, resolvi fazer um teste de farmácia e resultado? Negativo! Desencanei... mesmo assim, minha Supervisora insistiu que eu deveria fazer um Beta e usou um dos argumentos (o que foi fatal na verdade) de que se eu realmente estivesse, teria que procurar logo um médico, devido ao aborto retido de 6 meses antecedentes. Fiz o beta 2 dias antes da data que era para a minha menstruação descer... No dia que era para sair o resultado, isso era uma sexta-feira, fiquei olhando na Internet e nada!!! Estava totalmente grilada e ansiosa também. Decidi que no outro dia eu iria até o laboratório pegar o resultado antes de ir trabalhar e assim o fiz... cheguei lá e eles me informaram que o resultado ainda não havia saído... ou seja, teria que esperar até segunda-feira para saber. No dia da bendita descer, nada!!!!

Na segunda-feira, saí mais cedo de casa à caminho do trabalho, para dar tempo de passar no laboratório. Chegando lá esperei para ver se o resultado (enfim) teria saído e a moça veio me trazer. Saí do laboratório abrindo o exame... quando me deparei com o resultado: 153 - Positivo!

Não sabia se ria ou se chorava... meu coração ao mesmo tempo que estava banhado de alegria, o medo se manifestava também de forma muito pesada. Fui direto no serviço do meu marido para levar o resultado... quando cheguei lá, entreguei a ele o exame e ao abrir e constatar o positivo, ele me abraçou e choramos juntos. Disse à ele que eu estava com muito medo e ele pediu que eu não me preocupasse, pois Deus estava conosco.

Cheguei no trabalho e ao contar foi uma alegria geral. Nunca imaginei que iriam aceitar numa boa, afinal faziam apenas 1 mês que eu havia começado a trabalhar.

Com muito medo ainda, mas com muita esperança, fui ao meu GO e iniciamos o pré natal. Marquei a primeira US e fui, com receio. Nessa primeira ultra, a médica viu apenas o Saco gestacional e a vesícula vitelínea... não me preocupei taaanto porque havia descoberto a gestação realmente no comecinho.

Marcamos uma nova US para 2 semanas depois. No dia que estávamos indo para a ultra, eu muito apreensiva mal conseguia conversar com meu marido. No caminho, fomos ouvindo rádio e de repente, quando estávamos a 2 quadras da clínica, começou a tocar uma música cujo o refrão falava: "Pode um milagre enfim, acontecer, quando você acreditar...".

Naquele momento pensei, "pode ser um sinal de que vai estar tudo bem! confio em Deus e sei que Ele fará o melhor"... Tranquilizei meu coração e pedi à Deus que me desse forças para enfrentar qualquer coisa. Ao repetir a US, foi contactado que ali estava mais um anjinho na minha vida... eu estava com um novo Aborto retido.

Desta vez, recebi a notícia de forma mais preparada. Lógico que chorei, fiquei triste... mas o meu Deus mais uma vez havia atendido o meu pedido... Me preparou para receber qualquer notícia.

No dia seguinte, 02/08/08, às 09:00hrs da manhã, fui internada para fazer a curetagem. No Hospital (como havia mudado de plano, não pude fazer a curetagem no Nossa Senhora de Fátima como na primeira gestação) me levaram para a sala de pré-parto e lá começaram a me preparar para a curetagem. Colocaram desta vez somente o soro com o remédio para induzir as contrações. Acredito que a dose de remédio usada lá, tenha sido maior que da primeira vez, pois as dores foram insuportáveis desde a aplicação. Depois de umas 3 horas mais ou menos, o médico de plantão veio fazer o exame de toque... gente, parecia que aquele infeliz queria tocar meu coração, só que por baixo... senti muita dor! Para completar, ele me fez a seguinte pergunta: "essa é a 1º gestação?", respondi que era a 2ª... foi quando ele me sai com esta: "Ahh, fique tranquila.. eu tive uma paciente que teve 3 abortos, só deu certo na 4ª gestação!". Gente, eu não consegui nem responder aquele infeliz... fiquei atonita, olhando para a cara dele. A perceber (creio eu) a "cagada" que havia feito, ele ficou todo sem graça e disse: "mas é claro que não queremos que isso aconteça com você né!"... mas o mal já havia sido feito né?! Depois disso, fiquei mais umas 2 horas acordada e pensando no que aquele "coisa" havia falado... será que eu realmente teria que passar por isso mais vezes?... mas, o futuro à Deus pertencia né?! acalmei meu coração e acabei adormecendo. Uma hora e meia depois, ele voltou para fazer um novo exame de toque e me levou para o centro cirúrgico. Desta vez, fiquei com muito medo de não dar certo a anestesia, pois o anestesista fez a aplicação e eu ainda pude ver o médico me preparando para o procedimento e na primeira curetagem, apaguei já na aplicação. Mas, em segundos adormeci... quando acordei, estava na sala de pós parto... as enfermeiras vieram retirar o soro. Para completar aquele pesadelo, a agulha do soro havia entortado dentro do meu braço... senti uma dor enorme e com muito esforço consegui dobrar o braço. O resultado foi 1 semana com o braço inchado, sem conseguir esticá-lo.

Mas voltando... só pensava em ir pra casa. Tudo o que passei no hospital, tinha tornado aquilo que pra mim já era um pesadelo, em uma verdadeira tortura.

Fui para a casa da minha mãe e fiquei por lá uns dois dias... mais uma vez, pedi a Deus que não me deixasse em momento algum questioná-lo do "Porque", pois eu sabia que Ele tinha uma "Para que".

Assim como na primeira gestação, foram feitos exames no embrião e nada foi identificado...



Me coloquei inteiramente nos braços do Senhor... e segui em frente!